Adotando com Estilo – Customizando a Camiseta Slingueira

Olá Pessoal do Gravidez Invisível,
 
Hoje a dica da Coluna Adotando com Estilo é uma ideia de como customizar a Camiseta Slingueira que você encontra na Loja Virtual do Blog > www.gravidezinvisivel.iluria.com
customização da slingueira
Está super na moda a customizar camisetas de malha com pedrarias: cristais, pérolas, strass e por aí vai, dando um charme todo especial na peça!
 
Você vai precisar de:
– Tesoura;
– Cola fria de Silicone (você encontra em casas de artesanato ou em casa de aviamentos)
– Rede de meia pérola.
 
Acompanhe no vídeo como é fácil fazer.
 
 
 
Não ficou charmosa?
 
Espero que tenham gostado e me mandem as fotos da sua camiseta customizada!!
 
Grande beijo no Coração!!
 
Priscilla Aitelli
Colunista do blog Gravidez Invisível

Depoimento da Ana Flávia: “Mais fortes que os laços de sangue são os laços do coração”

Lindo depoimento da Ana Flávia 🙂 É muito especial quando pessoas que foram adotadas contam o seu depoimento pois encorajam as famílias que estão esperando pelos seus filhos através da adoção. Obrigada Ana Flávia pela sua generosidade. Beijos Lu 🙂


Para mim a minha história começa com a do meu pai e da minha mãe…

Aniversário de 1 aninho da Ana Flávia com os pais

Aniversário de 1 aninho da Ana Flávia com os pais

Eles casaram e minha mãe não podia engravidar. Tentaram a adoção duas vezes; na primeira vez a criança que viria para ela adoeceu e chegou a falecer, na outra, a mãe da criança voltou atras, então minha mãe havia desistido de ter um fillho…

A minha madrinha (vizinha) comentou com a minha mãe que uma senhora estaria disposta a “dar” a criança, pois havia tido a criança fora do casamento e o marido nao aceitava… pois bem, esta criança era eu… minha mãe aceitou, mesmo não tendo confiança… ela não esperava, já que duas vezes o seu coração de mãe esperou e se decepcionou. Foi então que eu nasci e cheguei para a minha mãe (em 94, a lei não era totalmente rígida na adoção, creio que esses olhos mudaram mais agora, se fosse nos dias de hoje, nao sei se estaria com a minha mãe…) eu cheguei e fui para a casa da minha madrinha, a qual citei antes. Meu pai já tinha desistido de ter um filho, o que fazer?

Foi então que minha madrinha e minha mãe bolaram um plano… logo que anoiteceu minha mãe estava quase dormindo, e ela e meu pai estavam deitados, foi quando ouviram pedras no telhado, logo ao sair de casa se depararam com uma caixa de Nescau tampada com uma manta…. e não sabendo o que era meu pai foi com muita calma, e ao remover o pano me viu, e pegou a caixa com todo o cuidado  e levou pra dentro de casa, foi então que minha mãe perguntou, o que iriam fazer com a criança e então meu pai respondeu: FICAR COM ELA…

Eu cresci como qualquer outra criança, com muito amor, materno, fraterno, de toda a família. Todas as noites antes de dormir a minha mãe me dizia… Vamos rezar para a mamãe, o papai, os priminhos, titios, titias, vovó, vovô, para a outra mamãe…

Até que um dia eu perguntei QUEM ERA A OUTRA MAMÃE? E então com toda a calma e amor do mundo a minha mãe me contou essa mesma história que lhe contei, então eu perguntei a ela: MÃE, EU SOU UMA CRIANÇA ABANDONADA?…. e minha mãe, ainda com todo amor do mundo nos olhos me respondeu que não… me disse que eu não era uma criança abandonada, que eu era uma criança ACOLHIDA!

Nos abraçamos e ali eu chorei, chorei muito e disse odiar minha mãe biológica, minha mãe disse que não, que eu não devia odiar, pois ela havia me dado a vida, e graças a essa vida eu estava ali com ela… mesmo nervosa, eu comecei a entender esse amor, essa divisão de biológico e coração…Cresci com certeza de que eu fui muito desejada e amada na família que pertenço… já chegaram me perguntar se eu era adotada, e eu falo com o maior sorriso do mundo que SOU, que fui adotada sim, e que ganhei novamente a oportunidade de ter uma família que me ama e me quer muito bem…
Ana Flávia e família

Ana Flávia e a mãe

Meus pais se separaram e no outro casamento do meu pai eu ganhei uma irmã… no começo fiquei com MUITO medo, ela tinha algo que eu não tinha, o sangue dele, mas com o passar do tempo e a convivência eu vi, que o mesmo amor de pai que ele tinha por ela.. ele também tinha por mim, que ele me amava como filha, e hoje tenho total certeza de quem são meus pais…. AQUELES QUE ME AMARAM DESDE O PRIMEIRO MOMENTO QUE NOS OLHAMOS, desde o primeiro toque, me ensinaram o certo e o errado, a fazer o bem, a ser justa, e  dar e receber amor…
Tenho total certeza que minha história foi escrita por Deus, e só Ele sabe o que é melhor pra gente, e com certeza essa família que cheguei era o meu melhor destino… eu amo aquela frase “Mais fortes que os laços de sangue, são os laços do coração”, hoje eu digo e afirmo isso, e levo pra vida toda, pois a adoção é um dos mais belos atos de amor que eu conheço, um ato que transforma vidas, mas não só da criança, mas de toda a família! 
Ana Flávia Mchinski Freitas
Ana Flávia e família

Ana Flávia e o pai

Campanha “Dia Mundial da Adoção” #WorldAdoptionDay #DiaMundialDaAdoção

Uma grande mobilização está sendo preparada para celebrar o “Dia Mundial da Adoção”, que será no próximo dia de 9 de Novembro!

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O objetivo principal da campanha “Dia Mundial da Adoção” é gerar um mundo sem órfãos. Mais alguém aí sonhando com este mundo? Nós também! Então é claro que nós não poderíamos estar de fora!!

Nós dos blogs Gravidez Invisível e Mamy Antenada e o Instituto Hope House seremos Embaixadores desse lindo projeto aqui no Brasil.

A campanha visa mobilizar o maior número de pessoas em todos os países do mundo, então o Brasil não poderia ficar de fora, né?!

E TODOS vocês estão convidados!

É beeeem simples de participar e colaborar!!

Basta você desenhar uma carinha sorridente 🙂 “smiley face”  na sua mão, tirar uma foto e postar nas redes sociais usando a hashtag #WorldAdoptionDay e #DiaMundialDaAdoção

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Você pode tirar uma foto sua ou convidar a família e os amigos também!! Pode começar a postar dias antes para divulgar a campanha, mas no dia 9 de novembro TODOS nós precisamos postar, combinado?!

Vamos juntos compartilhar o amor?!

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hank-o-150x150Esta campanha foi criada nos EUA por Hank Fortener, fundador do site AdoptTogether.org de financiamento coletivo para os custos do processo de adoção nos EUA. A família dele já adotou 8 crianças de 5 países diferentes. Saiba mais e conheça outros fundadores no link.

Site oficial da campanha “World Adoption Day” (nome original em inglês) e em português “Dia Mundial da Adoção”: http://worldadoptionday.org/ e a página oficial no facebook https://www.facebook.com/WorldAdoptionDay

Para quem foi adotado, adotou, amigos, família e para aqueles que acreditam na família.

“Muitas coisas podem nos mudar, mas precisamos começar e terminar em família.”. -Anthony Brandt

1ª turma Curso Gestação do Amor começa em novembro 2015! Garanta a sua vaga!

Queridos,

O primeiro curso para gestantes do coração do Brasil CHEGOU!!

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É um curso voltado a futuros pais através da Adoção!!

O curso foi idealizado e organizado por duas gestantes do coração que optaram por formar suas famílias através da Adoção e por uma psicóloga que vivenciou a Adoção em sua família. Todo o planejamento e organização desse curso está sendo estudado e tratado com muito CARINHO e AMOR. Nosso intuito é dar ferramentas, suporte e acolhimento às gestantes do coração, famílias e redes de apoio visando a experiência plena desta gestação, bem como o pós parto da Adoção.

A primeira turma do Curso pré-natal da Gestação do Coração já está em formação, você quer fazer parte dela? Corre que ainda dá tempo!

O curso acontecerá aos sábados no Espaço Tera em Florianópolis-SC, das 14hs às 17hs com um coffee break de 15 minutos. Contaremos com a participação de profissionais habilitados em cada assunto como psicólogo, pediatra, doula, entre outros. Segue abaixo nosso cronograma:

Curso pré-natal da gestação do coração:

14/11/2015 – 1º Encontro – Aspectos psicológicos

19/12/2015 – 2º Encontro – Empoderamento pessoal e familiar

05/03/2016 – 3º Encontro – Aspectos jurídicos e escolares

02/04/2016 – 4º Encontro – Cuidados básicos com a criança

07/05/2016 – 5º Encontro – Parto e pós-parto da adoção

Obs.: Tivemos alguns ajustes nas datas e forma de pagamento.

Valor do investimento: R$ 680,00

Pagamento à vista: 10% de DESCONTO

Pagamento à prazo: 2x no Cheque – 1 entrada + 30 dias

DESCONTO DE 15% PARA OS 6 PRIMEIROS INSCRITOS

DESCONTO DE 20% PARA CASAL

Obs.: Os descontos não poderão ser acumulados.

Prepare-se para algumas (BOAS) surpresas no dia do curso !

Para mais informações e inscrições, contate-nos por email gestacaodoamor@gmail.com

Vagas limitadas! Garanta já a sua!

Com amor e gratidão,

Equipe Gestação do Amor

www.facebook.com/gestacaodoamor

Juliana Sell – Apoio Materno

Luciane Moreira – Gravidez Invisível

Priscilla Aitelli – Mamy Antenada

Parceria com a Dreambooks – Álbum personalizado ADOÇÃO

Queridos,

Desde que entrei no universo da maternidade através da adoção tenho me questionado sobre a carência de diversos produtos personalizados para a nossa família. Por isso tenho procurado fazer parcerias com pessoas e empresas que tem a visão de inclusão.

Durante a minha primeira gestação do coração, comecei a pesquisar os álbuns e fotolivros disponíveis e percebi que sempre tinha alguma frase que barrava a minha possível compra. E já há algum tempo estava tentando contato com empresas brasileiras para viabilizar um projeto com o tema da adoção . Não recebi retorno de nenhuma empresa.

Foi então que há alguns meses atrás o Pedro e a Daniela, do escritório da Dreambooks de Portugal, entraram em contato comigo, perguntando se eu tinha interesse em alguma parceria com eles já que estão entrando no mercado brasileiro. A Dreambooks faz parte do grupo LFM Corporate. Link da página no Facebook > https://www.facebook.com/Dreambooks

Fico impressionada como Deus realiza os nossos sonhos! Obrigada Dreambooks por nos acolher!

Enfim, já na primeira reunião via skype ficou decidido que tínhamos que criar um modelo de álbum personalizado com o tema da gestação do coração e da formação de famílias pela adoção.

Trabalhei algumas boas horas com a Sara, designer gráfico, na escolha das frases e layout, e só posso dizer pra vocês que eu AMEI o resultado final e que me sinto mega realizada por fazer parte da criação deste projeto que poderá eternizar num álbum fotográfico a felicidade de tantas famílias.

O meu álbum chegou e ficou LINDO!!!!!!!!!! Fiz uma montagem abaixo pra vcs terem uma ideia 😉

PicMonkey Collage (1)

Abaixo segue o passo-a-passo para você encontrar o álbum e fazer o seu pedido:

Link: http://www.dreambooks.com.br/software.html?partner=1004&lang=pt_BR&bundle=1145&product=3462&themeSet=1034&themeColor=1

Passo 1: Abrir no seu URL o link www.dreambooks.com.br

Passo 1
Passo 2: No fim da página principal encontra-se encontra-se “Criar Meu Álbum”, clique aí:

Passo 2

Passo 3: Clicar em “Álbum Em Branco”:
Passo 3
Passo 4: Clicar em “Começar Já” e então abrirá uma nova página no seu navegador:
Passo 4
Passo 5: Nessa página que abre, clique em “Todos os Produtos”:
Passo 5
Passo 6: Clique por cima dos álbuns:
Passo 6
Passo 7: Escolha qual categoria prefere e dentro da categoria um modelo de álbum. O álbum “Gerado no Coração” está na categoria “Álbuns de fotos 400gr” e está disponível em Panoramic e Landscape.
Passo 7
Passo 8: Clique em “Começar já”, que aparece no canto inferior direito.
Passo 8
Passo 9: Todos os álbuns disponíveis apaecerão assim como a galeria que disponibiliza vários temas. O tema “Gerado no coração” aparecerá de imediato no topo. Se não aparecer está na galeria “Família”
Passo 9
Passo 10: Coloque o mouse por cima do álbum e clique em “Utilizar tema”
Passo 10
Passo 11: Abrirá o tema e é só importar as suas fotografias e colocá-las onde desejar e clicar em “Finalizar Pedido” !
Passo 11
É possível também alterar as frases, eu mudei a frase da capa por exemplo!
Espero que tenham curtido as novidades! Muitas outras estão por vir!
Um beijão, Luciane

Chloe – Uma história sobre infertilidade, adoção, e amor de Deus

Queridos,

Este vídeo é uma história real de uma família que decidiu adotar após anos de tentativas para engravidar. A história é surpreendente pois percebemos que mesmo nos casos de famílias formadas pela ADOÇÃO, há um própósito no ENCONTRO, e temos convicção de que Deus encaminha a criança para a família escolhida por ELE, seja de forma biológica ou através da adoção. Grata a Deus pela vida desta família, Walt, Annie e Chloe, por compartilharem com a gente uma história tão LINDA!

Beijos, Luciane

Entrevista com Luciane Moreira

Temos que falar sobre isso - TQFSI

Luciane Cruz, 32 anos, é administradora e blogueira, casada há 11 anos, mãe de um lindo menino de dois anos, e fundadora do Blog Gravidez Invisível, que conta com mais de 55.000 visitantes, mais de 110.000 visualizações e 9000 curtidas no Facebook. Seu trabalho, atualmente dividido entre a gestão do Blog e a criação de Cursos para gestantes do coração é uma fonte importante para informação e apoio às famílias que desejam adotar uma ou várias crianças e adolescentes. Em sua entrevista para a gente, Luciane discute questões relevantes sobre o tema da Adoção no Brasil e apresenta para os leitores o conceito de gravidez invisível – gestação do coração. Para nós do Temos que falar sobre isso, o trabalho de Luciane é inspirador! Convidamos vocês a conhecê-la!

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 Conte um pouco da história do projeto:

Quando dei entrada num processo de habilitação para adoção comecei a ter sentimentos…

Ver o post original 1.340 mais palavras

Depoimento de uma filha gerada no coração – Ana Laval

Lindo depoimento da Ana Laval que foi gerada no coração pela mãe Berenice.

É emocionante ler o outro lado da história, o lado de quem recebeu este grande amor que foi gerado no coração!

Ana, obrigada pela generosidade em compartilhar a tua história conosco. Deus abençoe você e sua família.

Beijos Lu


Fui abandonada em um hospital, com 7 meses e minha mãe, estava na fila de Adoção.
 
Num certo dia, ligaram para ela, dizendo que havia uma menininha linda, à sua espera…
 
Ela saiu como um foguete de casa… Bom, não preciso nem falar, que foi AMOR, à primeira vista, né?
 
Depois de alguns dias, tive alta médica e fui conhecer o que era um lar, uma família…
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Ana e a mãe Berenice

 
Infelizmente, dias depois, a pessoa que me gerou, me quis de volta e aí, começou uma grande tortura psicológica, na minha mãe e no meu pai.
 
Foram dias, meses de angústias, com visistas surpresas de Assistente social, audiências no FÓRUM, até que com 1 ano e pouquinho, na última audiência, a minha mãe, ganhou a guarda, já que a Maria, assinou o Pátrio Poder.
 
Não preciso falar, na festa que fizeram pra mim!!!
 
Os tempos foram passando e minha mãe, nunca escondeu de mim, sobre a minha verdadeira história, sem comentar que eu era a cara dela e do meu pai, né? kkkk
 
Sempre soube, desde de pequena!
 
Quando eu tinha 6 anos, ainda usava mamadeira, ela me disse que se eu jogasse fora a mamadeira, ganharia um irmãozinho… Não precisa nem dizer, que saí correndo e joguei no lixo… E lá estávamos na fila de adoção, a esperar pelo meu irmão!
 
5 meses de gestação e lá veio ao mundo, o meu amado irmão… Com apenas dois dias, ele já era nosso… O irmão que tanto sonhei!
Ana com o irmão Adriano e o pai Isaías

Ana com o irmão Adriano e o pai Isaías

 
1 ano depois, já estava com a certidão do nosso sobrenome!!!
 
Minha mãe, foi a melhor mãe do mundo! As minhas amigas, primas, não entendiam tanta amizade, cumplicidade, amor, adoração e ligação, que tínhamos uma com a outra… Minha mãe me conhecia, apenas com um ALÔ… Como pode tanto amor??? 
Ana e a mãe

Ana e a mãe Berenice

 
Mas, dia 11/12/2007, Deus a levou… Ela cumpriu a sua grande missão e deixou seu legado aqui na terra…
 
Hoje, tenho 34 anos, sou casada, Diretora de uma Creche e tenho um filho de 5 anos…
Ana com o marido Ricardo e filhote Guilherme

Ana com o marido Ricardo e filhote Guilherme

 
Ana com o marido Ricardo e filhote Guilherme

Ana com o marido Ricardo e filhote Guilherme

Enfim, essa é a minha história!!!
 
Ah, o que dizer sobre ADOÇÃO?
Sou agradecida a Deus em primeiro lugar, a Maria que me gerou mas, principalmente, pelos pais que eu tive. Exemplo de caráter de amor… Eles são demais!!! 🙂
Ana Laval

Depoimento: A realidade e os sentimentos de quem viveu em um abrigo/casa de acolhimento

Pessoal, compartilho com vocês o depoimento da Isabela* para entendermos a realidade e os sentimentos de quem passa pelo abandono e casas de acolhimento. Querida, desejo que você seja muito feliz com a família que está construindo. Com amor e gratidão pela generosidade em compartilhar conosco a sua história. Luciane

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Meu nome é Isabela Silva*, tenho 4 irmãos. Quando éramos pequenos fomos para um abrigo.

Minha mãe trabalhava de doméstica o dia inteiro, sustentava nos cinco e pagava o aluguel da casa. Quando eu tinha 3 anos ela se separou do meu pai, porque sofria violência doméstica, tanto física e moral, e também abusava sexualmente de mim. No tempo em que minha mãe trabalhava, ficávamos na creche perto de casa, nas férias tínhamos que ficar sozinhos em casa, comendo uma pequena marmita que minha mãe deixava pronta.

Em 2000, o Conselho Tutelar recebeu a denúncia que cinco crianças passava o dia inteiro sozinhos em casa, trancados com apenas uma marmita para comer, foi por tal motivo que fomos parar no lar. Eu era tão pequena que não chorei, não senti nada, meus irmãos também não choraram, estranhamos tanta criança de várias idades num só lugar … O começo não foi tão difícil. (acho que isso depende de cada criança, algumas chegavam chorando, querendo a mãe, não comiam, etc) Passadas algumas semanas minha mãe começou a nos visitar todo domingo; No final da visita lembro de abraçar ela forte e chorar quando ela ia embora, ficava no portão até ver ela sumindo ao longe…  Foi nesse tempo que as coisas começaram a fazer sentido,“ como assim eu tenho que ficar longe da minha mãe!?”  Lembro de ver várias crianças indo embora com seus familiares ou sendo adotadas, eu ficava tão triste, queria sair de lá também.

Em 2003 finalmente minha mãe conseguiu nossa guarda, saímos do lar, foi véspera de Natal, foi uma felicidade! Minha mãe estava namorando um cara,  bem legal por sinal, cuidava bem dela, mais ele não gostava da idéia de ” ser pai” de cinco crianças, então acabou que ele foi embora e deixou minha mãe. De novo a história se repete, minha mãe trabalhando fora e nos na escola. Mais aconteceu que minha mãe teve um acidente no trabalho, minha mãe ficava em casa, cuidando da gente, saímos da escola. Ela arrumou um namorado que usava  drogas, e consequentemente ela veio a usar também.

Em março de 2004 voltamos para o lar, dessa vez chorei muito, não queria voltar para o lar, não porque era ruim, mais porque queria minha mãe.
Dessa vez não tinha visitas aos domingos, e nem abraços de mãe, ela tinha sumido completamente!
Passados cinco anos recebi a notícia que tinha um casal que queria adotar nos cinco, meus irmãos ficaram super felizes, nós iamos embora afinal!
Era um casal simpático e humilde, eram da religião Mórmon, então começou todo aquele processo, domingo eles viam ver a gente, e depois de um tempo começamos a ir na casa deles passar o final de semana. Foi muito importante esse processo, foi quando eu percebi que não queria ir morar com eles, não queria ser adotada, por vários motivos, eles queriam que chamassemos eles de mãe e pai, queriam que dedicassemos a religião deles, e por fim ela não gostava do meu jeito de se vestir, queria me obrigar a usar vestidos que a Igreja determinava. Ela queria mudar nosso jeito, nossos costumes. Então não deu certo, conversei com ela e falei.

Isso significava que eu ficaria no lar por mais tempo, mais isso já não era problema, já estava acostumada, não sentia mais falta da minha mãe, o lar virou minha casa, e as crianças e adolescentes viraram meus irmãos.
E foi passando os anos, aconteceu várias coisas, muitos foram embora, muitos chegaram e até hoje vivem lá. Quem está no lar desde criança até hoje, percebe –  se  um jeito bem reservado quando se trata de mãe e pai, já por estarmos cansados de esperar por alguém, não temos mais afeto por pai e mãe, não sentimos falta, acostumamos a ficar sem, o dia das mães e dos pais é um dia qualquer como os outros. Mais já para o lado das crianças, eles vêem as mães sociais ( nos chamamos de “tia” as mulheres que cuidam das crianças lá dentro) como verdadeiras mães, mesmo que não é de sangue, mais eles se apegam a elas, dão aquelas lembrancinhas feita nas escolas para elas, eles sim sentem essa necessidade da mãe e do pai, mais nós mais velhos, sabemos que logo esse afeto passa, quando vemos que o tempo está passando.

Hoje já tenho mais de 18 anos e não moro mais no abrigo. Já tenho minha casa que consegui através do Programa Social Minha Casa Minha Vida, tenho um bebê que eu amo mais do que tudo e vivo com meu namorado/marido. Essa é minha família que eu construí.

Junto com minha irmã mais nova encontramos nossa mãe, ela já não usava mais droga, mora em outra cidade e ainda trabalha de doméstica. Ela ficou contente por sabermos que estávamos todos bem, namora um cara que eu não gosto muito. Ela conseguiu a guarda do meu irmão caçula que está morando com ela. Falamos pouco com ela, não consigo sentir afeto por ela, respeito sim, amor não.

  • Nome fictício, o verdadeiro nome não foi informado para preservar a identidade e história.