Período de adaptação de acordo com a idade do adotado – por Cintia Liana

Conforme o perfil escolhido para a adoção, a adaptação de pais e crianças será diferenciada. Cada comarca estipula um período para a adaptação, que poderá ser maior ou menor dependendo da idade da criança, ou do vínculo construído com os novos pais. E como funciona o período de adaptação? O casal inicialmente conhece a criança, sem informar a intenção de adoção, evitando criar qualquer tipo de expectativas. A primeira visita costuma ser acompanhada pela assistente social até o abrigo. Inicialmente o pretendente a adoção pode passar o dia com a criança, se aproximar aos poucos e verificar se existe empatia de ambas as partes. Com a proximidade, a assistente social permite que o pretendente passe a fazer passeios com a criança, depois começam a passar os finais de semana juntos, até que passam a dormir na casa dos pretendentes. Após nova análise da equipe técnica do fórum é concedida a guarda provisória.
É importante ressaltar que no momento que os pais são chamados pela assistente social para conhecer seu filho, é um direito dos pretendentes à adoção saberem da situação jurídica da criança, se já foram destituídas do poder familiar (mais explicações na seção Perguntas e Respostas), e se não foram, qual o motivo, se houve alguma preparação das crianças para a adoção e como foi, bem como o histórico da criança, físico e psicológico, é importante saber de sua história de vida.
Quanto maior a idade da criança, maior será o período de adaptação. Cada faixa etária tem suas peculiaridades, de acordo com o desenvolvimento infantil e a história de vida da criança. Como em psicologia 2 + 2 não são quatro, e cada história de vida pode ter diversas peculiaridades e variáveis, procuramos sempre falar em linhas gerais, mas lembrando sempre que cada história é uma história, e precisa ser analisada no seu todo.
De maneira geral, podemos classificar esse período de adaptação conforme abaixo:
Bebês (0 a 3 anos de idade):
Nesse período a criança não apresentará lembranças concretas de seu passado, é mais fácil se adaptar ao funcionamento dos pais. Até os 2 anos de idade em alguns estados a guarda é imediata, não há necessidade do período de convivência/adaptação. Algumas comarcas fazem a adaptação em alguns dias, para que a criança se acostume ao casal, mas geralmente existe um rápida vinculação afetiva. Nessa fase a aproximação deve acontecer como aconteceria com um bebê gerado biologicamente, muito contato físico, acolhimento das necessidades, a escolha de um pediatra de confiança e exames de rotina. Acostume seu filho desde pequeno a conhecer a sua história, é importante que ele saiba que chegou até vocês pela adoção! Conte histórias na hora de dormir sobre o quanto desejaram um filhinho, que não nasceu da barriga da mamãe, mas estava destinado a ser o seu filho. Use a sua criatividade, misture a história de vocês com a história da criança, sempre falando com naturalidade, para que ele cresça seguro de suas origens. Quanto mais natural for para você e sua família, será natural para criança.
Dos 4 aos 7 anos:
Mesmo que a criança tenha sido abrigada por um tempo, ela ainda sonha em ter uma família. A vontade de se adaptar ao casal é muito grande, mas é claro que essa adaptação depende de como o processo de aproximação será conduzido, se ainda existe contato com a família biológica, se a criança tem irmãos e eles ficarão no abrigo ou serão adotados por outras famílias. Atualmente o Poder Judiciário evita separar grupos de irmãos (desde que haja vinculo, quando os irmãos não convivem costuma-se separá-los para facilitar a adoção). Cada situação precisa ser estudada e pensada pelo casal, para que a aproximação e a vinculação aconteçam da melhor maneira possível. Geralmente nesta idade a criança chama o casal de “pai e mãe” com rapidez, adaptando-se a família de maneira relativamente tranqüila. Busca semelhanças físicas e psicológicas, perguntando se é parecido com o casal. Usualmente o período de adaptação e vinculação pode levar até dois anos, por isso é necessário que o casal esteja preparado para os altos e baixos emocionais que virão nesse período, sempre acolhendo e deixando claro que são seus pais, e esclarecendo todas as dúvidas da criança quanto a sua história de origem.
Dos 8 aos 12 anos:
São crianças que já possuem um sofrimento muito grande, é como se uma casca fosse construída para evitar novas decepções. O medo do abandono já faz parte do funcionamento deles, e o período de testes pode ser maior e mais intenso. É preciso preparo do casal, muita leitura, apoio psicológico, mas é possível uma ótima vinculação, tudo irá depender da estrutura emocional da família e do acolhimento oferecido. A criança já tem uma lembrança viva dos genitores e da própria história, é preciso orientação para que o casal lide com a carga de sofrimento que vem acoplada à criança. Dependendo da história dos genitores é possível que a criança sinta culpa por deixá-los em uma situação desfavorável. Além de participar dos grupos de apoio, é importante a psicoterapia individual e familiar. Lembrando sempre que amor, diálogo e orientação psicológica auxiliam… e muito! Conheço muitos casos felizes de adoções tardias.
Acima dos 12 anos:
Muitos preferem fazer um apadrinhamento afetivo ao invés de adotar adolescentes. Infelizmente a partir dessa idade a adoção é quase inexistente, devido ao medo dos pretendentes em não conseguir lidar com essa fase da vida. Como em qualquer um dos casos citados acima, é preciso preparo e afeto, mas principalmente direcionamento para aquela criança que cresceu em uma Instituição, ou negligenciada pelos genitores. É preciso priorizar o vínculo afetivo sempre. Muitos pais se preocupam em correr atrás do tempo perdido na parte pedagógica, mas tente ter paciência, pois seu filho passou por muitas mudanças, e precisa se sentir seguro emocionalmente para conseguir se interessar por outros assuntos. Algo muito comum nesse período é a indiferença, especialmente quando os pais tentam tirar algum benefício como forma de castigar e impor limites (internet, vídeo game, etc..). As crianças maiores e os adolescentes reagem com indiferença, como se não ligassem para nada do que é cortado. É quase como se dissessem “nunca tive nada, não me importo se você tirar o que eu não tinha antes”. O estabelecimento de limites e a vinculação são o ponto principal, e a ajuda psicológica é essencial, especialmente para fortalecer os pais nos momentos de ansiedade.
Após o período de adaptação que costuma demorar alguns meses, dependendo da idade da criança e do adolescente (quanto maior a idade, maior o período de adaptação), é preciso ter consciência de que quando se decide adotar não há volta (a não ser em casos extremos). A criança ou o adolescente passa a ser seu filho, sua responsabilidade, com as coisas boas e ruins que vieram juntos. Filho não se devolve e o amor é construído dia a dia, com a convivência. Tente diferenciar se as dificuldades que surgem na sua família são relacionadas à adoção, ou se a questão é da dinâmica familiar (que poderia acontecer com um filho biológico). O acompanhamento psicológico pode auxiliar, especialmente com um profissional que entenda a dinâmica da adoção e suas peculiaridades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VARGAS, Marlizete Maldonado. Adoção tardia: da família sonhada a família possível. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.
Weber, Lídia Natália Dobriansky & Kossobudzki, Lúcia Helena Milazzo Filhos da solidão: Institucionalização, abandono e adoção. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, 1996.
Fonte: http://psicologiaeadocao.blogspot.com.br/2014/04/periodo-de-adaptacao-de-acordo-com.html

“Todo dia deveria ser “Dia das Crianças” por Luciane Franzoni Reinke

Queridos,
Neste dia em que celebramos o Dia das Crianças, compartilho uma reflexão da minha querida amiga Luciane Franzoni Reinke. Definitivamente, todo o dia deveria ser o dia da criança, com muito amor, carinho e respeito!!
Que possamos fazer a diferença na vida de pelo menos uma criança neste dia de hoje.
Com carinho neste dia tão especial,
Luciane Cruz
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“Todo dia deveria ser “Dia das Crianças”

Sempre escutei aquela frase: “como era bom ser criança, a gente só brincava e não se preocupava com nada”. Com o tempo fui percebendo que existe um equívoco no que eu escutava e dizia. A verdade é que muitas crianças não têm o direito de serem crianças. A vida de uma certa forma quebrou esta etapa, levando elas a ficarem a mercê de alguém, que muitas vezes não quer cuidar, ou transmitir amor.

Crianças não precisam somente de brinquedo, mas de uma família que as façam voltar a sorrir. Todo dia deveria ser Dia das Crianças para que a gente pudesse pensar nelas com amor, carinho, tentando suprir suas necessidades. A verdade é que os brinquedos podem até falar, mas não transmitem o que um ser humano pode transmitir. Como é triste ver sorrisos momentâneos, olhos fixos, procurando algo… Sim, algo que demonstre que o pior já passou e não estão mais sozinhas, que a partir de hoje terão para sempre um Pai e uma Mãe. E que esta confiança que depositaram não irá se quebrar, mesmo que venham testes, que venham lutas, eles sempre estarão ali de braços abertos.

Amo ver casais que fizeram crianças voltar a sorrir, a ter esperança, a voltar a ter confiança. Casais que sem preconceito optaram por aumentar a família, sem fazer escolhas, apenas pensaram que venham nossos filhos. Sejam negros, pardos, brancos, japoneses, especiais, mas que venham nossos filhos. Que coisa… a família de Deus é assim uma diversidade mesmo. Deus tem filhos de todos os jeitos e nunca deixou de amá-los.

Todo dia deveria ser Dia das Crianças para que a gente lembre como foi bom ter uma Pai e uma Mãe.

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Foto da Luciane com sua amada família

 

Sobre a autora: Luciane Franzoni Reinke é jornalista e professora. Mas sua principal atividade é ser Mãe.

A construção da autoestima

A psicopedagoga Adriana Tavares diz que dar liberdade à criança para contar o que sente, respeitar sua opinião e valorizar suas realizações são atitudes que ajudarão a formar um adulto confiante

Foto: menino no espelho
Cabe aos pais estimular e transmitir segurança ao filho

Autoestima é o sentimento de importância e valor que uma pessoa tem em relação a ela própria. Quem a possui em alto grau confia em suas percepções e em seus julgamentos, acredita que suas iniciativas vão dar certo e lida com os outros com facilidade. Um adulto com baixa autoestima sofre por se considerar inadequado e desprestigiado. Também tende a se ver como desamparado e inferior, além de não confiar em si.

Os pais desempenham um papel fundamental na construção da autoestima dos filhos. Esse processo começa na infância. Mas, mesmo que a criança receba cuidados de boa qualidade e passe por experiências sociais positivas, na pré-adolescência e no início da adolescência um certo desconforto em relação a si mesma é muito comum.

Habilidades não-cognitivas Especial Habilidades não-cognitivas
Veja porque estimular competências como sociabilidade, curiosidade e dedicação no seu filho.

Para que tudo corra da melhor maneira, os pais devem estabelecer uma comunicação efetiva com os filhos. Isso se consegue reservando um tempo para conversar com eles. Também é importante deixar que participem das decisões familiares e respeitar suas opiniões. A criança adquire confiança a partir da afirmação de seus pontos de vista. Não menosprezar suas preocupações é essencial – aquilo que parece simples para os adultos pode ser fundamental para ela.

Nas conversas, porém, os pais devem ficar atentos ao modo de falar, principalmente se estiverem nervosos, para não magoar nem depreciar os filhos. Suas palavras são muito importantes. Comentários do tipo “Você nunca faz as coisas certas!” ou “Como você pode ser tão burrinho?” levam-nos a duvidar de suas capacidades. As críticas devem estar dirigidas ao fato ou ao comportamento impróprio, não a ela. Por isso o adequado é dizer “Seu quarto está uma bagunça, precisa ser arrumado”, e não “Você é mesmo um bagunceiro e joga tudo por todo lado”.

Em vez de criar o hábito de repreender a criança o tempo todo, os pais precisam interagir de forma positiva valorizando suas realizações no cotidiano. O elogio funciona como uma força poderosa na mudança do comportamento e no aumento da segurança. Se numa fase da infância descer a escada sozinho ou amarrar o sapato requer concentração, deve ficar claro o quanto esse esforço é apreciado.

Quem recebe incentivos explora situações novas com mais confiança. Esses elogios devem ser específicos. Por exemplo: “Você está de parabéns; fez a lição e agora brinca como combinamos”. Beijos, abraços e brincadeiras que envolvem toque também fazem a criança sentir-se amada e bem-aceita pelo que ela é e pelo que é capaz de realizar. O resultado será um adulto confiante, produtivo e feliz.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/construcao-auto-estima-410038.shtml?utm_source=redesabril_educar&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_educar

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Método educacional Montessori

Bom dia queridos leitores,

Tenho pesquisado bastante sobre o método educacional Montessori que foi desenvolvido pela médica e educadora Maria Montessori. Ele é caracterizado por uma ênfase na independência, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológias da criança. 

Abaixo tem uma lista com os 10 princípios principais para o Aprendizado Natural segundo Maria Montessori:

A Windowsill Converted into a Nature Table (Photo from the Montessori Child at Home)

1. OBSERVE A CRIANÇA. O PRINCÍPIO MAIS IMPORTANTE PARA QUALQUER IDADE.

Individualizar a aprendizagem para as necessidades e interesses exclusivos do seu filho. No método Montessori, isso é feito através da observação para ver quais são as necessidades e interesses do seu filho, respeitando – honrando – essas necessidades e interesses.

2. RESPEITE E ENCORAGE A MENTE ABSORVENTE DO SEU FILHO E OS PERÍODOS SENSITIVOS. 

Kit is active in her Montessori Room

3. PERMITA AO SEU FILHO A LIBERDADE DE EXPLORAR AMBIENTES INTERNOS E EXTERNOS – CERTIFIQUE-SE QUE SEU FILHO ESTÁSEGURO MAS ENCARE A LIBERDADE DE FORMA POSITIVA.

Independência e auto-aprendizagem são conceitos / objetivos importantes da educação Montessori.

indoor play tent

4. DÊ AO SEU FILHO TODAS AS OPORTUNIDADES POSSÍVEIS DE APRENDIZADO ATRAVÉS DAS MÃOS. 

É importante que a criança em idade pré-escolar tenha experiências concretas, através das mãos antes de aprender conceitos abstratos.

Washing salad greens for the family's dinner (Photo from The Montessori Child at Home)

5. ENFATIZE ATIVIDADES PRÁTICAS E SENSORIAIS NOS ANOS PRÉ-ESCOLARES.  

Atividades práticas para o cuidados consigo mesmo, cuidados com o meio ambiente, controle dos movimentos, graça e cortesia ajudarão o seu filho a desenvolver ordem, concentração, coordenação e independência. Atividades para refinar os sentidos dão preparação indireta para o aprendizado acadêmico posterior.

6. FORNEÇA MATERIAIS PROPORCIONAIS ao tamanho DA CRIANÇA SEMPRE QUE POSSÍVEL.

Coloque os materiais em bandejas (caixas) em prateleiras baixas, permitindo ao seu flho a oportunidade de escolher a sua própria atividade e de repetir atividades quantas vezes forem necessárias.

Basket of child-size utensils kept in the kitchen for a child to help prepare dinner. (Photo from The Montessori Child at Home)

Montessori birth to 3 descriptions

7. NÃO INTERROMPA O CICLO DA ATIVIDADE DA CRIANÇA. DEIXE-A DESENVOLVER UM CRESCIMENTO CONTÍNUO NA HABILIDADE DE CONCENTRAÇÃO. 

Competição, testes, recompensas e castigos não são necessários. Seu filho vai desenvolver um sentido de satisfação com o trabalho bem feito.

Este quarto foi criado pela Pricila do site www.mentesabsorventes.com:

Mentes Absorventes: Quarto montessoriano - fase um

 

8. DEIXEI O AMBIENTE DO SEU FILHO O MAIS ORGANIZADO E ATRAENTE POSSÍVEL. 

Um ambiente organizado ajudará o seu filho a desenvolver ordem mental e inteligência. 

Child's toys neatly arranged on low shelves in the family's living room. (Photo from The Montessori Child at Home)

 

9. DEMONSTRE COMO FAZER UMA ATIVIDADE.  

Não espere que o seu filho automaticamente saiba como fazer alguma atividade ou saiba o comportamento adequado sem que você tenha demonstrado primeiro. 

Banheiro montessoriano

10. QUANDO VOCÊ OFERECER UMA ATIVIDADE, VERIFIQUE A QUALIDADE DA MESMA  (POR EXEMPLO, SE VOCÊ ESTÁ APRESENTANDO CORES AO SEU FILHO, AJUDARÁ SE VOCÊ APENAS VARIAR AS CORES DOS OBJETOS E NÃO AS FORMAS TAMBÉM), E SEMPRE TER UM CONTROLE DOS ERROS (correção imediata durante a atividade) SEMPRE QUE POSSÍVEL.

My HomeMade Montessori: Color Boxes Added: Orange and Green

Se você seguir os princípios Montessori, você ajudará o seu filho a desenvolver naturalmente muitas habilidades positivas e características que ajudarão a ter uma base sólida na vida – tais como independência, auto-disciplina e amor ao aprendizado. 

Este texto eu li originalmente em inglês no site http://livingmontessorinow.com/2011/03/08/top-10-montessori-principles-for-natural-learning/ e foi traduzido por mim.

Em português tem um site especializado: http://www.mentesabsorventes.com/

E aí, gostaram do assunto? Já aplicam o método Montessori? Concordam com todos os tópicos? Seu filho estuda numa escola Montessoriana? Compartihe com a gente! Beijos, Luciane.

Fonte: 

http://livingmontessorinow.com/2011/03/08/top-10-montessori-principles-for-natural-learning/

http://mentesabsorventes.com

http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Montessori

http://educarparacrescer.abril.com.br/pensadores-da-educacao/maria-montessori.shtml

http://www.metodomontessori.com.br/blog/citaes-de-mente-absorvente